Como o próprio nome sugere, a Economia Criativa é um modelo econômico pautado na criatividade e na inovação. Mas essa é a versão resumida, ela vai muito mais além. Segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), Economia Criativa é “um conceito em evolução baseado em ativos criativos que potencialmente geram crescimento e desenvolvimento econômico”. Trata-se de um setor capaz de gerar valor, transformar e criar produtos, assim como desenvolver soluções modernas.
A Economia Criativa estabelece uma relação entre cultura, criatividade, inovação e tecnologia. Além disso, esse sistema é responsável por promover um desenvolvimento sustentável e social, que envolve um conjunto de atividades intelectuais que promovem valor econômico. Por esse motivo, ela atua nos seguintes eixos: consumo, cultura, mídias e tecnologia.
Atualmente, esse modelo vem ganhando força principalmente em empresas que trabalham valores como cultura e inovação. Ela também é responsável por projetar pequenos empreendedores em diversas áreas do mercado, já que abre espaço para ideias não convencionais e não exige recursos sofisticados. A Economia Criativa é sinônimo de negócios impulsionados pelo capital intelectual e cultural, fomentado pelas indústrias criativas que promovem atividades em relação à elaboração, produção e distribuição de bens ou serviços criativos.
Perfil do empreendedor da Economia Criativo
Pode parecer óbvio quando se fala que para empreender na Economia Criativa é preciso ser criativo. Mas é importante ter em mente que nem tudo é sobre criatividade, nem mesmo nesse caso. Antes de mais nada, o empreendedor precisa saber liderar seu negócio e buscar soluções que impactam o dia a dia da sua empresa e, acima de tudo, da sua comunidade. Afinal, Economia Criativa também é sobre desenvolver ideias que estejam alinhadas aos quatro eixos de atuação desse modelo, ou se preocupar em atender pelo menos um deles.
Dessa forma, o empreendedor que busca atuar nesse setor econômico deve se atentar às características como cooperatividade, colaboração, ser movido por desafios, ser engajado nas causas em que atua, ter interesse em aprender e se informar, acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos e, principalmente, estar em busca de constante transformação. A Economia Criativa é uma área que cresce cada vez mais e por isso abre portas para empreendedores que, além de criativos, são revolucionários.
Como funciona no Brasil?
Em 2012, a Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura lançou o Observatório Brasileiro de Economia Criativa, conhecido como OBEC. Essa instância é responsável pela produção e difusão de informações sobre a Economia Criativa no Brasil. As OBECs identificam agentes ligados ao setor criativo em fluxos macro ou microeconômicos, monitoram o panorama da Economia Criativa no país e por meio de debates, seminários e intercâmbios estimulam a participação dos estados e municípios na construção de uma rede vinculada à dinâmica nacional e internacional sobre a área, também facilitam os fluxos de informação e o estabelecimento de espaços de troca de conhecimento sobre a economia criativa.
O Rio de Janeiro é considerado um forte polo econômico criativo e por isso tem sua própria OBEC ligada à Secretaria Especial da Cultura. Por outro lado, quando se trata do poder econômico criativo em nível nacional, o país tem bons rendimentos. De acordo com dados da Firjan, em 2017 a Economia Criativa foi responsável por 2,6% do PIB brasileiro e gerou um total de 837.206 empregos formais. No entanto, desde 2020, devido à crise da pandemia e a falta de incentivo governamental, o setor criativo tem sido duramente impactado. Um relatório que também foi realizado pela Firjan aponta que 88,6% dos brasileiros sofreram com a diminuição de faturamento durante o período pandêmico.
Dicas para quem quer empreender com base na Economia Criativa
1- Seja único! Vá na contramão do que todos estão lançando. Não importa se a sua ideia é um serviço para comunidade local ou o lançamento de um produto que vai mudar a vida de milhares de pessoas, na Economia Criativa tudo que você cria de forma inovadora para alimentar a indústria funciona como geração de valor.
2- Esteja atento às mudanças. Parte do crescimento da Economia Criativa tem mérito nas soluções que ela é capaz de oferecer diante das transformações do mercado. Empreender com base nesse modelo é saber que a criatividade se estabelece em um cenário cada vez mais competitivo. Afinal, todos querem ter sua ideia no topo, o importante é saber como usá-la a favor do mercado.
3- Saiba aonde você quer chegar. Não basta criar, é preciso saber qual o propósito da sua ideia, quem ela vai atingir e como vai impactar o meio em que atua. Para isso, é fundamental elaborar um projeto que tenha os seguintes pontos muito bem definidos: o formato, o público-alvo, os recursos necessários para botar em prática e, principalmente, o propósito da ideia. Um bom projeto criativo é aquele que atende necessidades reais e cria soluções inovadoras para elas.
4- Desafie-se! A Economia Criativa não é um modelo econômico convencional, por isso, encontre sua motivação e não desista do seu negócio. Empreender de forma criativa já é um desafio complexo, é preciso ter um olhar para o futuro e estar em constante desenvolvimento, pois o mercado se renova a cada dia.
5- Por fim, promova o crescimento social, ecológico e humanitário através da inovação. O pilar da Economia Criativa é impactar a sociedade de forma positiva, garantindo e respeitando os direitos dos cidadãos por meio de um ambiente justo e seguro. Inovar também é ampliar as oportunidades.