Certamente 2020 foi um ano marcado por incertezas, adaptações, abalos econômicos e sociais que impactaram o mercado de trabalho. O efeito de uma solução prática que assustava os empresários e fez muitos trabalhadores questionarem sua produtividade resultou em uma quebra de tabu sobre um modelo que agora já está sendo adotado e aprovado por diversas empresas: o homeoffice e/ou o sistema de trabalho híbrido. Não é mais apenas sobre a questão de saúde e segurança dos funcionários, é sobre cortar gastos mas, principalmente, adotar a praticidade.
“Hoje temos economias que precisam crescer, independentemente de nos fazerem prosperar ou não. Precisamos de economias que nos façam prosperar, cresçam ou não”. Kate Raworth, Isto Não é um Exercício: Uma Extinção
Além disso, não há dúvidas de que a pandemia acelerou a transformação digital no mercado de trabalho, reafirmando o que muitos especialistas esperavam só para daqui a 10 anos. Uma pesquisa realizada pela World Economic Forum – WEF indicou que 50% das empresas pretendem acelerar a automação da força de trabalho, bem como mais de 80% buscam expandir a digitalização de seus processos. O relatório da pesquisa também aponta que até 2025 as horas de trabalho realizadas por máquinas e pessoas serão iguais.
Mas em contrapartida, a demanda por habilidades humanas como resolução de problemas, bom relacionamento e capacidade de autogestão continuam sendo pontos fundamentais, especialmente quando se trata de adaptação às novas formas de trabalho que estão mais digitalizadas do que nunca, incluindo aqui o homeoffice. Logo, é válido questionar: em um mundo no qual esse formato foi apresentado como solução para manter a roda de trabalho girando, será que é possível pensar em um retorno seguro das atividades sendo adotado por um modelo ainda mais inovador?
Um vídeo produzido pela revista Istoé aponta para a tendência de que as empresas abandonem seus escritórios de vez, mas não para ficar em casa. Chegou a hora do coworking assumir seu protagonismo em 2021. A proposta desse espaço segue a ideia de criar networking com pessoas que atuam em diversos setores. Também é possível formar uma rotina de trabalho autônoma e que favoreça a produtividade de cada funcionário. Tudo isso por um custo x benefício que atende bem tanto empregado quanto empregador, muito válido para o momento de crise econômica
no país.
Diante disso, podemos concluir que, apesar de toda a digitalização, acredita- se que o ano de 2021 será pautado em como as instituições acolhem seus funcionários. A mudança de cenário propõe uma relação mais humanizada entre empresa e trabalhador. Seguindo essa visão, um artigo publicado pelo site de recrutamento e seleção, Vagas, propõe 5 tendências para o futuro do trabalho, que já se encaixam no momento atual.
1. Flexibilização das organizações
A ideia é que as opções de trabalho favoreçam a produtividade do trabalhador , ao
mesmo tempo que atendam os protocolos de segurança e assegurem a saúde dos
funcionários.
2. Aumento do trabalho remoto
A aposta no homeoffice ganhou notoriedade durante a quarentena, desfazendo o
medo que muitos empresários tinham de afetar a qualidade do trabalho de seus
funcionários.
3. Expansão do trabalho terceirizado
Aumento e rapidez de serviços autônomos- freelancers- estão sendo mais buscados
por empresas e profissionais, principalmente nas áreas de comunicação e
tecnologia.
4. Lifelong Learning
O mercado prioriza profissionais que estão em constante aprendizado e sejam
capazes de se adaptar às novas realidades.
5. Experiência do funcionário mais humanizada
Observar as condições de cada indivíduo e não somente o coletivo. As
preocupações humanas não se diferem dos avanços tecnológicos, mas a forma com
que a empresa lida com seus funcionários impacta mais a marca do que qualquer
outro investimento.
Tendo em vista tudo que foi apresentado aqui, não restam dúvidas que 2020 foi um ano que veio para desafiar a capacidade humana de adaptação. Trazer para dentro de casa o ambiente de trabalho é o mesmo que misturar conforto e responsabilidade, mas chega um momento que é preciso buscar novas possibilidades. Também caiu por terra a ideia de que o chefe tem mais privilégios do que um funcionário, todos vivemos as mesmas incertezas, os mesmos medos. Foi preciso buscar soluções rápidas numa corrida contra o próprio tempo, pois dizem que tempo é dinheiro e ninguém estava disposto a perder os dois. Depois de um ano turbulento, podemos dizer que, de fato, o futuro do trabalho, cheio de evoluções, novidades e tendências, chegou mais cedo.